O cantor Leonardo foi incluído pelo governo na “lista suja” do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No documento é explicado que a entrada do artista na lista se deve a uma fiscalização realizada na Fazenda Talismã, localizada de Jussara, na região noroeste de Goiás.
A lista, atualizada na segunda-feira (7/10), conta com 176 nomes de empregadores, incluindo o de Leonardo, que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão. O documento também detalhou que, na Fazenda Talismã, seis trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão.
Em um relatório elaborado pelo MTE, obtido pelo portal G1, fiscais relataram que os alojamentos onde os trabalhadores de uma fazenda do cantor Leonardo estavam hospedados eram “precários”, sem banheiros e com camas improvisadas. Além disso, foi constatada a presença de morcegos e fezes no local.
Segundo o documento, o dormitório foi improvisado pelos trabalhadores, que usaram tábuas de madeira encontradas jogadas pelos arredores para usar como suporte para os colchões.
“Os empregados fizeram uso de objetos abandonados que encontraram para improvisar tarimbas, como tábuas de madeira, portas velhas, galões de agrotóxicos, tijolos e tocos, e colocaram sobre estas colchões velhos, pedaços de espuma e cobertores que trouxeram”, destaca o documento.
O Ministério do Trabalho e Emprego encontrou indícios de trabalho escravo em fazenda de Leonardo
Fiscais afirmam que, no momento da inspeção, dois trabalhadores irmãos dormiam juntos num colchão de casal colocado em cima de uma tábua improvisada. Em outras três tarimbas improvisadas, dormiam outros três empregados. Em uma rede adquirida com recursos próprios, outro trabalhador dormia, segundo o relatório.
A equipe de fiscalização verificou que existia uma infestação de morcegos, com fezes dos animais em todos os cômodos. Também havia muitas formigas no local e histórico de presença de outros animais, como cobras e escorpiões. Inclusive, no dia da inspeção, havia uma cobra morta perto do alojamento.
O alojamento tinha, originalmente, um banheiro, mas ele estava totalmente inoperante, sem água e com indícios de abandono, havendo fezes de morcegos acumuladas e insetos. Os trabalhadores usavam árvores próximas para urinar e defecar.
Como não havia chuveiros ou qualquer local para tomar banho, os empregados improvisaram uma mangueira preta amarrada à estrutura de madeira.
Outro Lado
Leonardo se defendeu das acusações. Em nota, a equipe do famoso afirmou que propriedade do cantor estaria arrendada para uma pessoa fazer o plantio de soja.
“Não é do Leonardo. O Ministério do Trabalho fez esse processo e o Leonardo se defendeu com todas as provas”, justificaram na nota.
Além disso, a equipe garantiu que o sertanejo não tinha ciência de que tal pessoa submetia os empregados a situações de escravidão.