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Em uma década, 11 times paranaenses deixaram o futebol profissional

Os clubes do interior precisam lutar para sobreviver ao Campeonato Paranaense. Nos últimos 10 anos, pelo menos 11 times com passagens pela elite perderam calendário ou morreram na principal competição de futebol do estado, que inicia em sua versão 2015 no dia 1.º de fevereiro.rnA principal justificativa dos clubes é a falta de apoio – de empresários da bola, prefeituras e empresas das cidades e, ainda, da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Sem suporte externo, Adap Galo, Iraty, Roma, Grêmio Esportivo Maringá, União Bandeirante, Engenheiro Beltrão, Império do Futebol, Real Brasil, Cascavel Clube Recreativo, Iguaçu e Arapongas se tornaram “fantasmas”.rnrnrnFederaçãornPresidente da FPF diz que entidade faz o que pode pelos filiadosrnO presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, contesta a alegada falta de apoio aos clubes do estado. De acordo com o cartola, a entidade cumpre a sua parte dentro do possível.rn“Nós estamos ajudando. A Federação dá 24 bolas para os clubes treinarem, por exemplo. Fora as três bolas por partida. Parece pouco, mas representa um custo de R$ 100 mil. Entre outras ações”, diz Cury, desde 2007 no comando da FPF e que neste ano vai concorrer à reeleição.rnSegundo Cury, a FPF tem condições limitadas. “Eu peguei uma federação problemática. Estou pagando 20 anos de problemas”, afirma, fazendo referência ao período da gestão do ex-presidente Onaireves Moura.rnO dirigente diz ainda que os clubes que encerram suas atividades, ou perdem calendário, são os sustentados por empresários. “Se não dá certo, se o empresário não vê resultado, vai embora mesmo”, finaliza.rnrnrnFantasmasrnVeja quais times penaram com o Estadual: Adap Galo MaringárnNo fim de 2006, Adap de Campo Mourão e Galo Maringá fizeram uma fusão para seguir na ativa. A sobrevida durou até 2008, quando o novo clube anunciou a desistência da disputa de 2009.rnIratyrnFundado em 1914, o tradicional clube do interior fez péssima campanha em 2012, último colocado, com uma vitória em 22 jogos. Com o rebaixamento, desistiu do futebol profissional. RomarnFundado em 2002, foi rebaixado para a Segundona em 2012. Disputou o Acesso em 2013 e caiu. Em 2014 uniu-se ao Cincão, de Londrina, e formou o Apucarana Sports, que disputa o Acesso.rnGrêmio E. Maringá S/C LtdarnSurgiu em 1998 e disputou a elite em 2002 e 2003, quando alcançou as quartas de final. Rebaixado à Divisão de acesso em 2004, decidiu sair de cena.rnUnião BandeiranternFundado em 1964, tornou-se um dos clubes mais representativos do futebol paranaense, quatro vezes vice-campeão estadual, em 69, 71, 89 e 92. Disputou a elite pela última vez em 2005 e no ano seguinte fechou.rnEngenheiro BeltrãornSurgiu em 2004, alcançou a elite em 2005 e acabou rebaixado na estreia entre os grandes. Voltou em 2007, jogou 2008, 2009 e em 2010 foi degolado novamente. Encerrou as atividades acusando a FPF de perseguição.rnImpério do FutebolrnCriação do empresário Aurélio Almeida, o clube foi fundado em 2002 e chegou à Primeira Divisão em 2005. Foi rebaixado no primeiro ano e fechou em 2006.rnReal BrasilrnTambém cria de Aurélio Almeida, foi fundado em 2005. Conquistou o acesso à Primeira Divisão em 2007. No ano seguinte, mudou-se para Brazlândia, cidade próxima de Brasília.rnCascavelrnO clube recuperou o futebol na cidade em 2001. Chegou à elite em 2007 e foi rebaixado em 2011. Em 2012 foi para Terceira Divisão e passou o ano seguinte inativo por dívidas com a FPF. Voltou em 2014 na Terceira Divisão.rnIguaçurnSurgido em 1971, fez sua última participação na elite do Estadual em 2009, quando foi rebaixado e encerrou suas atividades. Tentou retornar em 2013, mas desistiu diante das dívidas com a FPF.rnArapongasrnFoi resgatado em 2007 e subiu para a Primeira Divisão em 2010. Foi 3º colocado na elite em 2012 e campeão do interior. Em 2014 brigou contra o rebaixamento e conseguiu escapar. Em novembro pediu licença de um ano.rnrnrnO caso mais recente é o do Arapongas. Em novembro, a representação do Norte paranaense pediu licença das atividades por um ano, alegando problemas financeiros. Diante da desistência, o Foz do Iguaçu, terceiro lugar da Divisão de Acesso em 2014, herdou a vaga na Primeira Divisão.rn“Um clube que não tiver o apoio de empresários ou do poder público não consegue sobreviver. Investi mais de R$ 3 milhões no Arapongas, R$ 1 milhão só no estádio, que ficou para a cidade, e não tive retorno”, reclama Adir Leme, presidente do clube.rnEmpresário, Leme não tem planos para o apelidado Arapongão. “Quem quiser tocar, pode pegar. Eu abro mão. Há alguns interessados, mas nada certo”, diz o dirigente. Caso volte aos gramados, os nortistas teriam de disputar a Terceira Divisão do Estadual.rnAzulãornEm 2012 o tradicional Iraty deu adeus ao Paranaense. Naquela temporada, o Azulão viu seu investidor, o empresário Sérgio Malucelli, assumir a gestão do Londrina. Fez péssima campanha, foi rebaixado e decidiu fechar as portas.rn“Ficamos com o elenco muito enfraquecido. E o Sérgio [Malucelli] foi transparente, disse que não poderia mais investir, que o elenco era aquele. Foi uma pena”, relembra Édson Paulista, ex-jogador com passagem pelo Atlético e treinador da equipe de Irati na oportunidade.rnUma das agremiações mais antigas do futebol paranaense, o Iraty completou 100 anos em 2014 somente com atividade no social – piscina, sauna e campos de futebol. “Não temos planos para voltar. O gasto é muito alto”, conta Jorge Ruteski, contador e presidente do clube.rnOutro clube importante que fechou as portas foi o Iguaçu, de União da Vitória. Fundada em 1971, a Pantera do Vale, como a equipe ficou conhecida, parou com o futebol em 2009, após ser rebaixada para a Segundona, atolada em dívidas com a FPF.rnNos últimos meses, uma nova diretoria assumiu e passou a negociar com a federação o pagamento dos débitos. A intenção é voltar aos campeonatos este ano – caso se concretize, seria preciso disputar a Terceira Divisão.rn“Estamos tentando voltar já em 2015, começando pelos campeonatos de base. Tem muita gente trabalhando para honrar os compromissos que ficaram do clube”, declara Eduardo Schappo, da nova diretoria do Iguaçu.rnEnquanto ainda esteve na ativa, o Iguaçu contou com o apoio da prefeitura local. “Nós ajudamos com transporte, saúde, alimentação. Dinheiro nós não demos porque é ilegal”, comenta Hussein Bakri, prefeito de União da Vitória de 2001 a 2008 e deputado estadual (PSC).rnMesmo com o empurrão do poder público, não deu certo. “Houve um desânimo generalizado que se enraizou. Faltou energia para seguir em frente. Não sei o motivo, se as dívidas, o fato é que não continuou”, recorda Bakri.

Fonte: Gazeta do Povo

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