De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, vivem no Paraná mais de 32 mil pessoas com aids. No ano de 2013, foram registrados no Estado 1.452 novos casos da doença. O que chama atenção nas estatísticas é o número de casos identificados nas Regionais de Saúde do Norte Pioneiro. rnA 18ª Regional de Saúde, sediada em Cornélio Procópio, atende 21 municípios e uma população de 230.949 habitantes. Nesta área de abrangência, 375 pessoas vivem com aids. No ano passado foram registrados na Regional 16 novos casos da doença. rnJá a 19ª Regional de Saúde, situada em Jacarezinho e responsável por uma população de 288.487 habitantes distribuídos em 22 municípios, há 761 pessoas vivendo com aids. No ano de 2013 foram registrados 34 novos casos da doença nesta área. rnA enfermeira e coordenadora do Programa Regional de combate às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids na 18ª Regional de Saúde, Arlete Marcolino, afirma que o trabalho de combate à doença desenvolvido nas cidades faz parte dos programas já estabelecidos pela Secretaria Estadual de Saúde. “Fazemos palestras nas escolas e a campanha anual do Ministério da Saúde para detectar novos casos de pacientes com HIV no mês de dezembro”, comenta. A mesma informação foi repassada pela enfermeira e coordenadora do programa de DST Aids da 19ª Regional de Saúde, Célia Ivanaga. rnConforme o professor da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e membro do grupo de estudos sobre corporalidade e promoção da saúde da Universidade Federal de São Paulo, Luis Fabiano Zanatta, a diferença grande entre as duas regionais pode ter uma relação com a proximidade dos municípios da 19ª Regional com o Estado de São Paulo. “Os municípios de Cambará, Ribeirão Claro, Carlópolis, Salto do Itararé, Santana do Itararé e São José da Boa Vista ficam na fronteira e São Paulo possui um índices altos de pessoas com DST e aids quando comparado com outros Estados. Neste ponto questionamos quantos destes casos atendidos na Regional são importados”, levanta. rnO pesquisador ainda destaca que para analisar estes números é preciso levar em conta a interferência de vários outros fatores. “Os índices de pobreza e analfabetismo podem alterar o resultado, alguns indicadores sociais seriam fundamentais para fazermos uma análise mais completa desta questão”, complementa. Zanatta acrescenta que o estudo da faixa etária, a via de contaminação e a escolarização das pessoas doentes poderia ajudar a identificar as causas dos altos números registrados pela 19ª Regional. “Os números brutos nos chamam atenção, mas não podemos afirmar que as pessoas que estão convivendo com a doença foram notificadas nesta Regional. Além disso, faltam dados para fazermos uma análise completa”, salienta. rnO professor afirma que vai propor um projeto de pesquisa na universidade para levantar os números e estudar pontos necessários para uma melhor avaliação da situação da aids nos municípios do Norte Pioneiro. rnEntre outros itens relevantes, a questão de gênero também precisa ser levada em conta. “A maior faixa etária de contaminação está entre os homens heterossexuais com idade entre 25 e 49 anos”, explica. Há ainda uma tendência de feminização da aids, já que a mulher vem ascendendo nos indicadores. No ano de 2013, a cada 100 mil habitantes havia 1.193 homens infectados para 614 mulheres com a doença, mas conforme Zanatta, o número vem crescendo exponencialmente.
Fonte: Folhaweb

























