O governador Beto Richa (PSDB) foi o alvo preferencial dos adversários no último debate televisivo entre os postulantes ao Palácio Iguaçu, na RPC TV. Tanto Gleisi Hoffmann (PT) como Roberto Requião (PMDB) centraram suas críticas na administração do candidato à reeleição, que lidera as pesquisas de intenção de voto. Quando teve a oportunidade de contra-atacar, porém, o tucano preferiu dirigir suas perguntas aos “nanicos” Tulio Bandeira (PTC), Ogier Buchi (PRP) e Geonísio Marinho (PRTB). Bernardo Pilotto (Psol) também participou das discussões, que se estenderam até 1 hora da madrugada desta quarta-feira (1º). Apenas Rodrigo Tomazini (PSTU) ficou de fora. A emissora usou como justificativa o fato de o PSTU não possuir representação na Câmara dos Deputados. rnrnLogo na segunda pergunta, de Geonísio para Requião, o peemedebista criticou o sistema prisional paranaense, repetindo um dos seus bordões nesta campanha, o de que existe um “apagão de gestão” no Estado. “Eu me escandalizo hoje com as 22 rebeliões no prazo de um ano. Eu me escandalizo com o narcotráfico comandando as penitenciárias e com a denúncia do presidente do Sindicato dos Agentes de que o PCC faz festinha nas penitenciárias, com bolo e salgadinho”, afirmou. Ele propôs a revisão do Código Penal, com a aplicação de penas alternativas como forma de “esvaziar” as cadeias. rnGleisi também atacou Beto. Ao citar a construção de casas populares – 71 mil, entre entregues e em execução, segundo o tucano -, disse que o investimento só aconteceu graças ao programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. “Quem lançou esse programa foi o presidente Lula, a presidenta Dilma, e a participação do Estado do Paraná é praticamente nula. É feio mentir, candidato. O senhor tem de reconhecer”. O atual governador rebateu, acusando o PT, sigla da ex-ministra da Casa Civil, de se apropriar de recursos públicos. “O dinheiro não é do governo federal, não é do governo do Estado, não é dos municípios. É do povo brasileiro”. rnAo contrário do primeiro debate, na TV Bandeirantes, quando trocaram farpas entre si, desta vez Gleisi e Requião atuaram numa espécie de dobradinha. Como em cada bloco só era possível perguntar até duas vezes para um mesmo candidato, em várias oportunidades o senador fez questionamentos à colega de Congresso, mas sempre aproveitando para alfinetar o atual governador. A petista, inclusive, divulgou o sitewww.betonaocumpre.com.br, em que a sua coligação destaca promessas de 2010 não colocadas em prática pelo adversário. rnAinda que em respostas direcionadas a outros participantes, Beto reagiu. Falou que as críticas de Gleisi, a cinco dias das eleições, eram um sinal claro de desespero, e que assumiu o Estado com um “baixíssimo desempenho econômico”, resultado da truculência e da falta de segurança jurídica impostas pela administração de Requião. rnAcusações rnO último enfrentamento direto antes do pleito do próximo domingo foi marcado por acusações de parte a parte, que renderam um total de dez pedidos de resposta. Destes, seis foram feitos por Beto, três por Requião e um por Pilotto. O tucano foi o único a ter uma de suas solicitações atendidas, por ter sido acusado pelo peemedebista de “roubo” no que se refere ao pedágio. Gleisi também disse que as conversas do governador com as concessionárias eram “macias”. A declaração, contudo, foi interpretada como parte do debate político. rnEm uma das trocas de farpas, o senador perguntou ao tucano como ele conseguiu “adquirir” o apoio dos deputados peemedebistas na Assembleia Legislativa (AL). Também citou a inserção de seu correligionário e ex-aliado Orlando Pessuti (PMDB) no programa eleitoral do PSDB, a qual chamou de ilegal. “E ao mesmo tempo você se diz um moço bom, bonito e simpático”, cutucou. rnBeto respondeu com ironia. “O Requião tem me elogiado muito. Uma hora elogia a cor da minha pele, a minha vestimenta, diz que eu sou bonito e simpático. Não sei se ele está querendo alguma coisa comigo”. Para o chefe do Executivo, a maioria na AL se deve ao respeito de seu governo para com as pessoas e à opção pelo diálogo. Em seguida, ao usufruir de seu direito de resposta, ele se referiu ao peemedebista como “mitômano” (mentiroso compulsivo). rnAssim como tem feito em suas inserções na televisão, Ogier mencionou que Requião recebe a aposentadoria de ex-governador, benefício concedido àqueles que já ocuparam o cargo. “O Beto Richa foi criado com a verba de representação do seu pai. Ele paga hoje para a sua mãe que nunca foi governadora a mesma verba”, disse o peemedebista, lembrando que passou 16 anos sem receber o auxílio. “O senhor está criando mais uma bolsa, a Bolsa Insulto. (A aposentadoria) serve para pagar os insultos que o senhor faz a outras pessoas”, rebateu o candidato do PRP. rnNo terceiro bloco, quando os temas eram livres, Pilotto falou que daria uma “oportunidade” para o atual governador, a quem chamou de representante do “mensalão mineiro”, agradecer aos seus financiadores de campanha. O candidato à reeleição, contudo, revelou não saber, ao certo, quem são seus doadores. “Nós temos um comitê que é encarregado da captação de recursos, e nós temos a confiança de toda a sociedade”. Na tréplica, ele se referiu às declarações do candidato do Psol como “brincadeiras de mau gosto e molecagens”. rnBeto também foi questionado por Geonísio sobre o inquérito que investiga a existência de funcionários fantasmas em seu antigo gabinete na AL, no esquema conhecido como “gafanhoto”. O político do PRTB citou um processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e perguntou se o tucano foi convocado a depor. “Todo gestor público, ainda mais agora no período de campanha, sofre ataques daqueles que não têm compromisso com a verdade. Deponho coma maior satisfação sem problema algum. Minha vida é um livro aberto e minha trajetória política ilibada”, respondeu.rn rn
Fonte: Bonde

























